sexta-feira, 8 de maio de 2009

PAGUE PARA ENTRAR, REZE PARA SAIR (EUA): 1981

Um clássico do terror do cineasta Tobe Hooper, "Funhouse", que aqui no Brasil ganhou o título de “Pague para entrar, Reze para sair”. A vocação para cult pode ser vista logo nos primeiros minutos, com referências aos clássicos como Halloween e Psicose. É bastante óbvio que o filme foi feito para agradar aos fãs do gênero. Acho que naquela época não tinham aquelas pesquisas de público alvo, penetração de mercado, testes de audiência, redução de faixa etária para abarcar mais público... e toda essa bobagem que simplesmente acabou o cinema de terror de hoje....

A ingênua Amy (Elizabeth Berridge), a protagonista do filme, toma banho e exbibe toda sua juventude logo na primeira cena...

...Mas o que ela não sabe é que está sendo observada. A paródia ao psicose é óbvia, com o susto que Amy leva do seu irmãozinho e sua faca de borracha!

Amy vai ter um encontro essa noite. Seu preocupado pai lhe diz: "São quase 9 da noite, aonde vocês vão hoje? Só não quero que vá a esse parque. É o mesmo dos assassinatos em Fairfield há um ano, onde encontraram os corpos de duas garotas no rio!" Relutante, Amy responde: "Vamos ao cinema"

Mentirosa...

Ela então sai tarde da noite (9hs!) para se encontrar com seus igualmente jovens e impetuosos amigos. São no total quatro no grupo, dois casais formados por Amy, seu namorado Buzz (Cooper Huckabee) e o outro casal amigo que é Liz (Largo Woodruff) e Richie (Miles Chapin). Amy, indiscutivelmente é a boa menina que recusa o baseado que lhe é passado na roda, é virgem e se ofende quando se referem ao seu pai como sendo o seu “velho”. Já Liz, a outra garota do grupo é bem mais aberta, de certa forma um oposto de Amy e parece bem favorável ao sexo e às bolinações antes do casamento.

Richie, namorado de Liz, é o típico fanfarrão que adora sair para se divertir com a turma e que queima seu baseado até a ultima ponta! Aliás, ele fuma muitos desses durante o filme.

Que saudade destes tipos bonachões que vivem a vida intesa e inconsequentemente! Porque será que os melhores personagens são sempre os primeiros a morrer com um golpe de machado nos filmes de terror?

No parque, os quatro jovens começam a diversão. Mas apesar da euforia, já fica claro que o parque têm algumas pessoas bem sinistras....

Como o “Freak Animals Alive”, uma espécie de exposição de vacas e bois com alguma deformidade. Em meio a essas “atrações” há um feto deformado em um pote de vidro numa parte discreta do lugar. Quando lembro desse Freak show, me dá um arrepio na espinha... Quando vi esse filme pela primeira vez eu era criança e a essa altura já estava apavorado...

Ah, que divertido. Se no Playcenter tivessem fetos deformados em jarros eu iria lá! E tenho certeza que o Cris Carter, criador da série Arquivo X, bebeu desse jarro!

Bem, só tinha coisa esquisita no parque e era realmente de se surpreender que as pessoas fossem divirtir-se ali.


Mas minha atração preferida era a “Girls, Girls, Girls” que nada mais era que um palco fechado só para adultos em que "lindas" garotas ficavam seminuas, expondo-se para um publico torpe, sedento e embriagado...

E obviamente chegamos a Funhouse (trem fantasma), um daqueles brinquedos em que um carrinho conduzido sobre trilhos leva as pessoas a vários ambientes macabros, para dar-lhes alguns sustos.

O mais bizarro da Funhouse era aquela boneca "gordinha" sentada sobre a entrada...

Depois de fumar outro baseado até o talo, Richie tem uma idéia brilhante (lembrem-se que esses jovens querem diversão sem limites!) de ir a Funhouse, e ao invés de permanecer no carrinho até o final da atração, se esconder dentro do trem fantasma e passar a noite por lá "curtindo o escurinho".

O plano dá certo e a princípio, tudo parece bem divertido quando os casais aproveitam o lúgubre local para suas felações adolecentes (acho que não existiam motéis naquela época). Mas o "clima" é interrompido quando descobrem que há um quarto visível entre as tábuas que formam o chão. Lá, um homem fantasiado de Frankestein (que é funcionário da Funhouse) recebe a glamurosa vidente do parque, que de vez em quando presta um serviço extra por assim se dizer, para os homens solitários que não conseguem uma namorada. E o que parecia um simples programa termina em assassinato e os jovens entram numa enrascada. Eles são descobertos e acabam perseguidos pelo terrível e "montruoso" assassino.

Tobe Hooper é o tipo de cineasta que trabalha de uma forma muito pessoal e sempre se preocupa com a atmosfera de seus filmes. No Funhouse o diretor queria um visual que lembrasse parques de diversão dos anos 40 e 50 com estilo "carnival", aqueles com muitos bonecos fantasiados. A produção do filme encontrou em Akron, Ohio um parque assim e toda sua estrutura foi desmontada e remontada para as filmagens em Miami, Flórida. A maioria das cenas externas foram feitas sem iluminação especial o que garantiu o visual marcante do filme, tudo muito colorido, mas também cheio de sombras.


A criação dos efeitos especiais de maquiagem foi de Rick Baker (Guerra nas Estrelas, King Kong, O Incrível Homem que Enconlheu, Greystok, a Lenda de Tarzan). "O roteiro dizia apenas que ele era como um troll", relembra Baker, uma coisa que vive na escuridão abaixo da funhouse. Por isso, gradualmente Baker desenvolveu uma espécie de mitologia para a criatura, como sua história pregressa que não conhecemos no filme. Há um paralelo muito interessante entre sua criatura e as atrações do show de horrores do parque. Como as vacas do show apresentam rostos duplicados, assim o é também com a criatura. Rick Baker concebeu um monstro perfeito para o filme, algo muito feio, mas estranhamente simpático.

O mostro foi interpretado pelo ator de teatro Wayne Doba que deu a criatura uma humanidade inesperada, com um misto de tormento, loucura e violência contidas. E o cara era assustador mesmo! E tinha dois narizes! Se bem que as mãos eram um pouco engraçadas... mãos gordas!
SOBRE O DVD: A prometeu lançar no Brasil a versão em DVD. Não existe uma data ainda específica para o lançamento. Como não pude esperar, é claro, consegui uma versão do DVD região 1 com legendas em portugues adicionadas. Se alguém tiver interesse nessa pérola do cinema de terror, entre em contato (rub.records@yahoo.com.br).


8 comentários:

  1. Resenha muito boa e completa, parabéns! Esse blog promete!

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  2. Lembro de quando passou no Supercine! Nossa, acho que estou ficando velho...

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  3. Gabriel Batista
    Cara eu lembor quando passou no supercine,eu era criança e morria de medo.Gostei Rubens parabéns por esse site.Pague para entrar reze para sair pode não ser lá essas coisas no genero terror mas tornou-se um filme especial para todos aqueles que foram crianças na década de 80

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  4. vc tem ofilme Labamba

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  5. Valeu pelos comentários pessoal. A boa notícia é que o "Pague para entrar, reze para sair" saiu oficialmente em DVD no Brasil, pela NBO. Agora dá para comprar o original. E para responder a pergunta do Alessandro, o filme "Labamba" foi lançado no Brasil em DVD. Então ainda dá para achar por aí.... Abração a todos!

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  6. Eu também me lembro desse filme eu tinha 7 anos de idade quando passou na tv hoje tenho 33 e nunca me esqueci desse filme eu fiquei vários dias sem dormir, sem contar que eu morava numa espécie de casa mal assombrada onde as coisas caíam, hoje sou cristão e sei que o mal existe e não gosto muito de ver coisas do mal mas esse filme e alguns outros vejo pelo lado cinematográfico da coisa, nunca mais esqueci desse filme que me apavorou de mais, na sala estavam eu, minha irmã e um tio 4 anos mais velhos e todos lembram do terror, rsss, lembramos também da mesma época The Abominable Dr. Phibes. Era um cara que tocava um órgão que dava medooooo

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  7. Filmaço!!! morria de medo da boneca gordinha que sorria no final do filme!!! para mim este filme é cinco estrelas. Eu era criança quando assisti a primeira vez, hoje tenho 33 anos!!!

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